sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Guerra da Cisplatina


Guerra da Cisplatina e suas consequências

A Guerra da Cisplatina ocorreu de 1825 a 1828, entre Brasil e Argentina, pela posse da Província de Cisplatina, atual Uruguai. Localizada numa área estratégica, a região sempre foi disputada pela Coroa Portuguesa e Espanhola.

Portugal foi o fundador da Colônia do Sacramento (primeiro nome dado à Cisplatina), em 1680. Mas o território passou a pertencer à Espanha em 1777, sendo então colonizado nos moldes espanhóis.

Na época em que a coroa Portuguesa se transferiu para o Brasil, Dom João VI incorporou novamente a região. Em 1816, por razões políticas e economicas, ele enviou tropas a Montevidéu, ocupando o território e nomeando-o como Província da Cisplatina.

Movimento de independência
No Reinado de Dom Pedro I, em 1825, surgiu um movimento de libertação da província. Os habitantes da Cisplatina não aceitavam pertencer ao Brasil, pois tinham idiomas
e costumes diferentes. Liderados por João Antonio Lavalleja, eles se organizaram para declarar a independência da região.

A Argentina apoiou o movimento, oferecendo força política e suprimentos (alimentos, armas, etc). Porém, na realidade, os argentinos pretendiam anexar a Cisplatina, logo que esta se libertasse do Brasil.

Reagindo à revolta, o governo brasileiro declarou guerra à Argentina e aos colonos descontentes. Ocorreram vários combates, que obrigaram Dom Pedro I a gastar muito dinheiro
público.

Guerra impopular
Os brasileiros não apoiaram este conflito, pois sabiam que o governo aumentaria os impostos para financiar a guerra. Este episódio desgastou ainda mais a imagem
de Dom Pedro I.

Este dinheiro gasto nos combates desequilibrou a economia brasileira, já desfalcada com o valor gasto para o reconhecimento da independência do país. Se o Brasil ainda saísse vitorioso, valeria a pena todo investimento. Mas isto não aconteceu.

A Inglaterra, que tinha interesses econômicos na região, atuou como mediadora. Em 1828, propôs um acordo entre Brasil e Argentina, o qual estabeleceu que a Província da Cisplatina não pertenceria a nem dos dois, mas seria independente. Nascia aí a República Oriental do Uruguai.

O desfecho desfavorável ao Brasil agravou a crise política no país. A perda da província foi um motivo a mais para a insatisfação dos brasileiros com o Imperador, que acabou renunciado em 1831.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Missão artística francesa no Brasil


Influências na arte brasileira no século XIX

Em 1816, durante a
estada da família real portuguesa no Brasil, chega ao Rio de Janeiro um grupo de artistas franceses com a missão de ensinar artes plásticas na cidade que era, então, a capital do Reino unido de Portugal e Algarves. O grupo ficou conhecido como Missão artística francesa.
O convite teria para a vinda do grupo teria partido de Antonio Araújo Azevedo, Conde da Barca, ministro de dom João 6o.Preocupado com o desenvolvimento cultural da colônia que havia se transformado em capital, o rei trouxe para cá material para montar a primeira gráfica brasileira, onde foram impressos diversos livros e um jornal chamado "A Gazeta do Rio de Janeiro".
Já a missão tinha o objetivo de estabelecer o ensino oficial das artes plásticas no Brasil, e acabou influenciando o cenário artístico brasileiro, além de estabelecer um ensino acadêmico inexistente até então.
A missão foi organizada por Joaquim Lebreton e composta por um grupo de artistas plásticos. Dela faziam parte os pintores Jean-Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay, os escultores Auguste Marie Taunay, Marc e Zéphirin Ferrez e o arquiteto Grandjean de Montigny. Esse grupo organizou, em agosto de 1816, a Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios, transformada, em 1826, na Imperial Academia e Escola de Belas-Artes.
Os artistas da Missão Artística Francesa pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à moda européia, obedecendo ao estilo neoclássico.

Principais pintores da missão:

Nicolas-Antonine Taunay
: (1775-1830) pintor francês de grande destaque na corte de Napoleão Bonaparte e considerado um dos mais importantes da Missão Francesa. Durante os cinco anos em que esteve no Brasil, retratou várias paisagens do Rio de Janeiro.

Jean-Baptiste Debret: (1768-1848) foi chamado de "a alma da Missão Francesa". Era desenhista, aquarelista, pintor cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da primeira exposição de arte no Brasil (1829). Em 1818, trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do Rio de Janeiro para os festejos da aclamação de dom João 6o como rei de Portugal, Brasil e Algarves.
Em "Viagem Pitoresca ao Brasil", coleção composta de três volumes com um total de 150 ilustrações, Debret retrata e descreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas do cotidiano brasileiro. Sua obra dá uma excelente idéia da sociedade brasileira do século XIX.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Tráfico de escravos para o Brasil


O tráfico negreiro no Brasil perdurou do século XVI ao XIX. Nosso país recebeu a maior parte de africanos escravizados no período (quase 40% do total) e foi a nação da América a mais tardar a abolição do cativeiro (1888). Era uma atividade lucrativa e praticada pelos portugueses antes do descobrimento do Brasil.

As embarcações utilizadas para o transporte desses escravos da África para o Brasil eram as mesmas anteriormente usadas para o transporte de mercadorias da Índia. Assim, podemos levantar dúvidas sobre o estado de conservação e a segurança dos navios negreiros.

No início desse “comércio” eram utilizadas para o tráfico negreiro desde as charruas até as caravelas, com arqueações que variavam entre 100 e 1000 toneladas. Mas com o passar do tempo os navios negreiros começaram a ser escolhidos com mais especificidade, indo de naus com apenas uma cobertura (os escravos eram transportados sem distinção nos porões) a naus com três coberturas (separando-se homens, mulheres, crianças e mulheres grávidas). Àquela época, esses navios eram apelidados de “tumbeiros”, pois devido às condições precárias muitos escravos morriam. Os negros que não sobreviviam à viagem tinham seus corpos jogados ao mar.

Os negros que aqui chegavam pertenciam, grosso modo, a dois grupos étnicos: os bantos, vindos do Congo, da Angola e de Moçambique (distribuídos em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro) e os sudaneses, da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim (cuja mão-de-obra era utilizada no Nordeste, principalmente na Bahia). (leia mais: Origem dos escravos africanos).

A saudade da terra natal (banzo) e o descontentamento com as condições de vidas impostas eram a principal razão das fugas, revoltas e até mesmo dos suicídio dos escravos. A “rebeldia” era punida pelos feitores com torturas que variavam entre chicotadas, privação de alimento e bebida e o “tronco”. Durante essas punições, os negros tinham seus ferimentos salgados para provocar mais dor.

O motivo para o início do tráfico negreiro no Brasil foi a produção de cana-de-açúcar. Os escravos eram utilizados como mão-de-obra no Nordeste. Comercializados, escravos jovens e saudáveis eram vendidos pelo dobro do preço de escravos mais velhos ou de saúde frágil. Vistos como um bem material, eles podiam ser trocados, leiloados ou vendidos em caso de necessidade.

O Tráfico Negreiro foi extinto pela Lei Eusébio de Queirós, em 1850. A escravidão no Brasil, no entanto, somente teve fim em 1888, com a Lei Áurea.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Arqueologia: Museu alemão descarta devolver busto de Nefertiti ao Egito


Fundação diz que egípcios não têm direito legal sobre relíquia
O pedido para que a estátua volte é uma consequência da política egípcia de tentar recuperar os objetos que foram levados para fora do país no início do século 20, entre eles a Pedra de Roseta, que agora está no Museu Britânico.

A fundação alemã responsável por guardar o busto da rainha Nefertiti, uma das relíquias egípcias mais antigas, recusou mais uma vez o pedido do Egito para devolver a escultura. Uma solicitação semelhante havia sido feita em 2009. A estátua de 3.400 anos atrai um milhão de turistas anualmente ao museu Neues, em Berlim, capital alemã.

O presidente da Fundação do Patrimônio Histórico Prussiano, Hermann Parzinger, afirma que o museu adquiriu Nefertiti legalmente e que o Egito não possui direito legal sobre a relíquia. "O posicionamento da fundação não mudou. Nefertiti é e continuará sendo a embaixadora do Egito em Berlim", afirmou Parzinger em um comunicado.

Representantes da fundação disseram também que não consideram o pedido oficial por não ter sido assinado pelo primeiro-ministro egípcio, Ahmed Nazif. Contudo, o chefe do Conselho Supremo de Antiguidades Egípcias, Zahi Hawass, afirma que o pedido feito pelo órgão foi aprovado pelo primeiro-ministro e pelo ministro da Cultura do Egito.

O busto de Nefertiti — famoso pelas formas delicadas e os olhos amendoados — foi encontrado em 1912 pelo arqueólogo alemão Ludwig Borchardt, a 275 quilômetros ao sul do Cairo, capital do Egito. A relíquia foi levada para a Alemanha no ano seguinte. De acordo com Hawass, o arqueólogo alemão agiu como se o busto fosse um artefato de menor valor com a intenção de garantir que o objeto chegasse a Berlim.

Preservação - O pedido para que a estátua volte é uma consequência da política egípcia de tentar recuperar os objetos que foram levados para fora do país no início do século 20, entre eles a Pedra de Roseta, que agora está no Museu Britânico. Para Bruno Bugarelli, professor de direito da PUC Minas, o detentor legítimo das relíquias é o Egito. "Em termos concretos, aquilo que era do Egito deveria retornar ao país", afirma. Porém, Burgarelli ressalta que o país "precisa assegurar que esses artefatos terão segurança e condições de serem exibidos para humanidade".

De acordo com o professor, muitos países europeus argumentam que os países de origem dos artefatos não têm condições de garantir a integridade das raridades, consideradas patrimônio da humanidade. “É interesse maior da humanidade preservá-los, independente de onde estejam”, disse. "Não adianta querer a relíquia de volta para colocá-la em um cofre. Ela tem que estar disponível para quem quiser apreciá-la."

fonte: veja.abril.com.br – acesso em 28/01/2011